Centro Cultural Kàjre

Faz um tempo que a gente queria que isso rolasse!
Dois mil e vinte serviu pra muita coisa, direcionou, atraiu, clareou e abriu uns caminhos daqueles que talvez não tem mais volta!
 
Nossa consagrada amiga Isabella Nader faz parte de uma comunidade indígena que habita hoje o que resta do cerrado brasileiro, e a ligação dela com essas pessoas vai além da admiração! Batizada pelo povo Krahô, ela fez uma ponte junto ao Vitor Aratanha, mais conhecido como Jaje, pra hoje nós sermos um braço da comunidade e ajudar em sua autonomia e auto suficiência, visto a marginalização histórica de nossa sociedade perante os povos indígenas. E também na divulgação dessa arte e desse povo, que ainda são pouco conhecidos pelos brasileiros, como muitos povos originários do Brasil.
 
Hoje a gente tem a baita honra de ter uma lojinha com produtos da comunidade no site!
Todo o valor arrecadado vai pra lá, através da Associação Indigena Centro Cultural Kàjre, da Aldeia Pedra Branca.
 
Abaixo, um pouco do trabalho do Centro Cultural Kàjre pelo Vitor Aratanha, Jaje!
 
O Centro Cultural Kàjre é a Associação Indígena que representa a aldeia Pedra Branca, e vem ao longo da última década desenvolvendo projetos de fomento a cultura, produção de material audiovisual e didático de documentação e organização da comercialização do artesanato produzido na aldeia. Com a receita das vendas, além do investimento e manutenção do negócio, a Associação apoia várias demandas da comunidade, como apoio a mutirões, reuniões, viagens para outras aldeias e apoio às festas tradicionais. Em 2020, no contexto da pandemia, também começou a organizar, em parceria com outras lideranças Krahô, atividades de monitoramento territorial e controle nas entradas da área, na luta pela proteção e preservação do território Krahô, uma área de 300.000 hectares de cerrado preservado, mas há tempos ameaçado por atividades madeireiras, tráfico de animais silvestres e outras atividades ilegais. Assim, é fazendo e fortalecendo o movimento cultural, a identidade Krahô e a defesa do território, que o Centro Cultural Kàjre busca trilhar o seu caminho com as parcerias que se mostram sensíveis e dispostas a colaborar para o desenvolvimento sustentável do povo Krahô.
 

Abaixo, palavras de Miguelito Crawkre Krahô - Presidente do Centro Cultural Kajre - extraídas do livro Mẽhĩ Jahĩ xà: Artesanias do Cerrado Publicado em 25 Janeiro, 2017
 
“A Associação Kàjre foi criada pelos moradores da aldeia Pedra Branca para alimentar e difundir nossa cultura Krahô…Nosso artesanato espelha o encontro milenar entre nós Krahô e o Cerrado, atualmente ameaçado pelo agronegócio…Ainda, nossos almejos são de integrar nossos conhecimentos tradicionais com formas de geração de renda sustentáveis e, nesse contexto, o artesanato é sem dúvida uma atividade com forte potencial…A publicação deste livro, também contribui para combater o preconceito que ainda existe sobre nosso povo e sobre os povos tradicionais…”

Povo Krahô
Habitantes do Cerrado brasileiro, os Krahô eram povos seminômades e ocupavam área muito maior que a atual. Com o avanço das frentes agropecuárias, foram praticamente dizimados em sucessivos ataques de fazendeiros, se deslocando do Maranhão para o Nordeste do Tocantins, onde estão hoje. Atualmente sua população já atingiu a marca de 3.000 indivíduos, distribuídos em 29 aldeias. A Terra Indígena Krahô foi demarcada em 1950, nos municípios de Goiatins e Itacajá. Com 300.000 hectares, é considerada a maior área contínua de Cerrado preservado em nosso país. O Cerrado tem uma grande biodiversidade e é conhecido como “berço das águas” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras. Entretanto, vem sendo degradado pela expansão das fronteiras agropecuárias. Mananciais, plantas e animais correm sérios riscos de extinção no bioma, o que é motivo de preocupação para os Krahô. Põ é como os Krahô se referem ao “Cerrado”, reconhecido também como pjê cunẽa, “nossa terra”. Na concepção Krahô, o Cerrado é um espaço constituído por múltiplos domínios, povoados por uma diversidade de seres. O conhecimento sobre as plantas, animais e ambientes do Cerrado é transmitido há várias gerações, na experiência cotidiana e ritual. As narrativas e cantos são entradas privilegiadas para esse universo, através dos quais estes seres contam, cantam e apresentam a “si mesmos”, seu jeito de ser e viver.


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